Argentina e FMI negociam em meio a pressão cambial
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A cotação do dólar Contado Con Liqui (CCL) — uma das modalidades mais usadas no mercado financeiro argentino — foi impulsionada pela expectativa da reunião entre o governo da Argentina e membros do FMI
Por Roberto Lameirinhas, Valor— São Paulo

Membros do governo do presidente da Argentina, Javier Milei, se reuniram ontem em Buenos Aíres com uma equipe do Fundo Monetário (FMI) em Buenos Aires para repactuar a dívida do país com a entidade. Nenhum resultado prático foi anunciado, apesar da urgência argentina em obter recursos para pagar compromissos externos que vencem nos próximos dias e da crescente pressão por mais desvalorização do peso.

Governo e Fundo se comprometeram a manter negociações em busca de um acordo. Amanhã, por exemplo, vence a dívida de US$ 16 bilhões referente à uma indenização pela reestatição da estatal petrolífera YPF, mas o banco central não tem reservas para esse pagamento. A Argentina também precisa pagar US$ 1 bilhão de juros da dívida com investidores externos.

Os argentinos esperam chegar a um acordo com o FMI que desbloqueie um desembolso de US$ 3,3 bilhões de dólares. Esse desembolso estava originalmente agendado para novembro, mas a mudança de governo atrasou as negociações.

Enquanto isso, a cotação das modalidades de dólar usadas em operações financeiras na Argentina registrou nova alta significativa ontem, numa indicação de aumento da pressão cambial.
“As cotações do dólar financeiro representam preços da economia real”, disse uma fonte ligada a empresas estrangeiras que negociam com a Argentina. “Isso significa que aumenta a desconfiança de que a diferença entre o câmbio oficial o valor real do dólar vá voltar a subir nas próximas semanas, com o aumento das pressões monetárias”, afirmou a fonte. “Ou seja, a desvalorização do peso no câmbio oficial adotada no primeiro dia do novo governo foi insuficiente e está represando o valor do dólar.”
“Essa perda de confiança pode ser um dos motivos para o aumento dos dólares financeiros,como o CCL e o MEP”, disse, por seu lado o economista da consultoria Orlando J. Ferrerés & Asociados Nicolás Alonzo. “Mas é preciso levar em conta que a demanda do mercado por dólares vai voltar a crescer daqui por diante — o que vai pressionar a cotação do dólar e os preços em geral”, disse.
O dólar CCL ultrapassou ontem pela primeira vez dos 1.200 pesos, aumentando em 5,3% a cotação de sexta-feira, quando já tinha batido seu recorde nominal. Já o dólar MEP aumentou para 1.141 pesos, 3,3% a mais do que o fechamento anterior. O câmbio oficial está cotado a833,5 pesos, 0,2% a mais do que o valor da sexta-feira. (Com agências internacionais)

 

FONTE: https://valor.globo.com/mundo/noticia/2024/01/08/cotacao-de-dolares-financeiros-na-argentina-bate-recorde.ghtml

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